DNJ – Dia Nacional da Juventude
Começo dizendo que não sou perito em juventude. E,
aliás, é a primeira vez que me provoco a escrever algo sobre juventude. Percebo
que a cultura juvenil não é unívoca, mas pluralista.[1] Hoje,
não existe somente um único perfil de jovens. Existem vários grupos, muitos
deles definidos pelo vestir, pelo estilo de música e ou esporte. Tem o grupo do
rachão (futebol), o grupo dos
skatistas, os grupos diversos que já estão cursando a faculdade e, têm também aqueles
grupos que frequentam a igreja, por que não?! O jovem hoje está nas ‘ruas’, mas
também no Facebook. O jovem vive hoje
numa sociedade marcada pela correria,
pelo que é imediato, passageiro, tudo é novo e ao mesmo tempo velho.
Existem alguns critérios que podem definir um jovem
e a sociedade lhe determina uma faixa de idade. O jovem está na fase da decisão:
o que fazer para ser? Antigamente o jovem aprendia a profissão com os pais,
hoje tem a faculdade. Porém, não são todos os jovens que ingressam numa
universidade. Outro detalhe do jovem é que ele está marcado pelo risco de
consumo: este consumo vai daquele provocado pelo mercado capitalista ao consumo
dos vários tipos de drogas. Alguém já dizia que jovem é presa fácil, quem chega
primeiro, ganha.
O jovem de hoje não é mais influenciado pela
política como o foi o jovem dos anos 60/70. O jovem vive de expectativas que o
surpreenda. Vive de emoção, de prazer. Um exemplo disso são os jovens que, pela
primeira vez, vão ao Grupo de Jovem
da Igreja e não voltam mais, pois não encontram ali emoção, prazer de estar com
outros jovens que já são de caminhada na igreja. Aliás, os Grupos de Jovens da Igreja precisam mudar suas maneiras de encontros.
Precisam mudar também os membros idosos que estão há décadas nos grupos. (estou falando daquelas que não namoram, não vão
numa festa, para dedicar tempo somente ao Grupo – de repente essas ‘jovens’ se
veem velhas e encalhadas). Por que não se reunir nas praças, numa pizzaria,
numa soverteria, ou mesmo nas casas dos membros e, claro, de maneira dinâmica?
Os jovens que já frequentam a comunidade precisam
saber que são armas fundamentais para atrair outros jovens. Com eficácia, só um
jovem evangeliza outro jovem! É bom que o jovem que frequenta assiduamente a
igreja saiba disso. É fácil evangelizar quem está frequentando, ou seja, que
muitas vezes já é evangelizado. Mas, de imediato, não pensemos que vamos
evangelizar os jovens impondo-lhe compromissos! Ao contrário, o compromisso
será a consequência da evangelização. Por isso, precisamos sair de nós mesmo! Ir
além do comum. Falar linguagem do jovem. O DNJ é um momento propício para
acontecer o primeiro anúncio àquele jovem que não vem à igreja! “Oba oba” não
evangeliza ninguém. E só pra concluir este pensamento, o PADRE na comunidade é
o primeiro jovem – ancião, sábio – a sair ao encontro do jovem e não aquela
pessoa que expulsa o jovem da igreja.
[1] Este
texto foi inspirado a partir do capítulo do Livro: CORRÊA NETO, Sebastião. Juventudes
neste tempo. Juventudes e vocações hoje:
caminhos e perspectivas para uma pastoral vocacional. São Paulo: Paulus, 2013.
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