terça-feira, 1 de outubro de 2013

Aporia entre o real e o formal

Aporia entre o real e o formal


Parafraseando o papa que pergunta: “quem sou eu para julgar os gays?”, pergunto: quem sou eu para aconselhar ou julgar o papa? Porém, e servindo-me das suas próprias palavras: “quero consultas reais e não formais”, pergunto: por que a Igreja, via Cúria Romana, Nunciaturas, Sínodos Episcopais faz tantas consultas e erra tanto? Nomeações aparentemente absurdas de bispos e assessores curiais fora das realidades locais das Igrejas dispersas pelo mundo inteiro atestam o que estamos querendo comentar.

Referindo-se ao Concílio Vaticano II (Lumen Gentium) ele enfatiza que o “sentir com a Igreja” não está ligado ao sentir somente com a hierarquia, mas com o conjunto dos fiéis que é infalível no crer e manifesta essa sua infalibilidade crendo mediante o sentido sobrenatural da fé de todo o povo que caminha.

É emblemática esta afirmação do pontífice: “O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado”. Lendo isso a gente se pergunta: será mesmo assim? Seria assim se o papa realmente governasse a Igreja, mas infelizmente quem a governa são os assessores, muitos ou quase todos carreiristas, oportunistas, funcionários de Estado (o Estado do Vaticano, uma excrescência diante do Evangelho, pois Jesus não governou Estado nenhum, nem teve núncios que O representasse nas relações com as comunidades civis), cardeais que nunca foram pastores, bispos “fabricados” em “igrejinhas conventuais” e outras anomalias da vida do Povo de Deus.

Ah! Papa Francisco, se D. Hélder ainda fosse vivo para ter uma longa conversa com vossa santidade... aí, sim, o Vigário de Cristo teria um assessor capaz de mediar as aspirações e agruras do povo e não gestores de uma instituição até então muito mal governada.

Que Deus inspire V. Santidade, a fim de que impeça a Igreja de fazer da fé uma ideologia e esse evento de salvação uma instituição voltada para seu “mundinho”, sua própria sobrevivência.

Pe. Luiz Rodrigues


FONTE:http://www.fecatolica.com.br/coluna.php?id=705

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