Aporia entre o real e o
formal
Parafraseando o papa
que pergunta: “quem sou eu para julgar os gays?”, pergunto: quem sou eu para
aconselhar ou julgar o papa? Porém, e servindo-me das suas próprias palavras:
“quero consultas reais e não formais”, pergunto: por que a Igreja, via Cúria Romana,
Nunciaturas, Sínodos Episcopais faz tantas consultas e erra tanto? Nomeações
aparentemente absurdas de bispos e assessores curiais fora das realidades
locais das Igrejas dispersas pelo mundo inteiro atestam o que estamos querendo
comentar.
Referindo-se ao
Concílio Vaticano II (Lumen Gentium) ele enfatiza que o “sentir com a Igreja”
não está ligado ao sentir somente com a hierarquia, mas com o conjunto dos
fiéis que é infalível no crer e manifesta essa sua infalibilidade crendo
mediante o sentido sobrenatural da fé de todo o povo que caminha.
É emblemática esta
afirmação do pontífice: “O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou
clérigos de Estado”. Lendo isso a gente se pergunta: será mesmo assim? Seria
assim se o papa realmente governasse a Igreja, mas infelizmente quem a governa
são os assessores, muitos ou quase todos carreiristas, oportunistas,
funcionários de Estado (o Estado do Vaticano, uma excrescência diante do
Evangelho, pois Jesus não governou Estado nenhum, nem teve núncios que O representasse
nas relações com as comunidades civis), cardeais que nunca foram pastores,
bispos “fabricados” em “igrejinhas conventuais” e outras anomalias da vida do
Povo de Deus.
Ah! Papa Francisco, se
D. Hélder ainda fosse vivo para ter uma longa conversa com vossa santidade...
aí, sim, o Vigário de Cristo teria um assessor capaz de mediar as aspirações e
agruras do povo e não gestores de uma instituição até então muito mal
governada.
Que Deus inspire V.
Santidade, a fim de que impeça a Igreja de fazer da fé uma ideologia e esse
evento de salvação uma instituição voltada para seu “mundinho”, sua própria
sobrevivência.
Pe. Luiz Rodrigues
FONTE:http://www.fecatolica.com.br/coluna.php?id=705
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