quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Os sete pecados capitais


Os pecados capitais

1 – ORGULHO: São Gregório diz que todos derivam do orgulho. “São João distingue três espécies de cupidez ou concupiscência: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (253). Segundo a tradição catequética católica, o nono mandamento proíbe a concupiscência carnal; e o décimo, a cobiça dos bens alheios”.[1]

2 – AVAREZA: Desejo excessivo por riqueza ou posse. O apetite sensível leva-nos a desejar as coisas agradáveis que não possuímos. Exemplo disso é desejar comer quando se tem fome ou aquecer-se quando se tem frio. Estes desejos são bons em si mesmos; muitas vezes, porém, não respeitam os limites da razão e levam-nos a cobiçar injustamente o que não é nosso e que pertence, ou é devido, a outrem.[2]

3 – IRA: um grande obstáculo ao progresso espiritual.[3] Evocando o preceito “Não matarás” (Mt 5, 21), nosso Senhor pede a paz do coração e denuncia a imoralidade da cólera assassina e do ódio: A ira é um desejo de vingança. “Desejar a vingança, para mal daquele que deve ser castigado, é ilícito”; mas impor uma reparação “para correção do vício e para conservar o bem da justiça”, isso é louvável (66). Se a ira for até ao desejo deliberado de matar o próximo ou de feri-lo gravemente, ofende de modo grave a caridade, e é pecado mortal. O Senhor diz: “Quem se irar contra o seu irmão, será sujeito a julgamento” (Mt 5, 22).[4]

4 – LUXÚRIA: A luxúria é um desejo desordenado ou um gozo desregrado de prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando procurado por si mesmo, isolado das finalidades da procriação e da união.[5]

5 – GULA: comer demais, mesmo sem ter fome. Quando já nos saciamos, mas continuamos “mandando comida pra dentro”, apenas por prazer ou vício no ato de comer. Muita gente gosta de sentir a barriga estufar, quase até passar mal. Além de prejudicial à saúde, este hábito é um pecado diante de Deus. Veja Filipenses 3,19; Isaías 5,11.[6]

6 – PREGUIÇA: Outra tentação, à qual a presunção abre a porta, é a acédia. Os Padres espirituais entendem por ela uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligência do coração.[7] (...) Duas tentações frequentes ameaçam a oração: a falta de fé e a acédia, que é uma espécie de depressão devida ao relaxamento da ascese e que leva ao desânimo.[8]

7 – INVEJA: A inveja é um vício capital. Designa a tristeza que se sente perante o bem alheio e o desejo imoderado de se apropriar dele, mesmo indevidamente. Se desejar ao próximo um mal grave, é pecado mortal: Santo Agostinho via na inveja “o pecado diabólico por excelência”. “Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pelo mal do próximo e o desgosto causado pela sua prosperidade”.[9] (...) A inveja representa uma das formas da tristeza e, portanto, uma recusa da caridade; o batizado lutará contra ela, opondo-lhe a benevolência. Muitas vezes, a inveja nasce do orgulho.[10]



[1] CIC 2514.
[2] CIC 2535.
[3] São Gregório Moralia in Iob.
[4] CIC 2302
[5] CIC 2351.
[6] BURNS, John E. Recuperando-se com os Sete Pecados Capitais. São Paulo: Loyola, 2004.
[7] CIC 2733.
[8] CIC 2755.
[9] CIC 2539.
[10] CIC 2540.

Diocese de Serrinha dá formação para novos Diáconos Permanentes


NOVOS DIÁCONOS PERMANENTES
 


Deu-se inicio ás 09:20 da manhã do dia 10 de agosto de 2013 o primeiro encontro dos Candidatos ao Diaconato Permanente da Diocese de Serrinha.


Com a presença do nosso Bispo Dom Ottorino, onde ele apresentou o Diretor da Escola que é o Padre Evandro e os 5  candidatos, podendo ainda ser encaixado alguns, quem sabe. Cada um colocou suas expectativas e colocando-se a disposição para realizar conforme o que Senhor Deus os quer. Dom Ottorino falou da importância do caminhar juntos, Igreja e Família, unidade que para o Diácono Permanente é de grande importância caminhar juntos, esposa e filhos. Também ele sentiu-se alegre pela disponibilidade que está vendo nos candidatos e pediu que rezem, pois a oração é a chave da boa realização de uma caminhada. Leu-se algumas passagens do Direito Canônico, mostrando a importância que o Diácono Permanente tem para a vida da Igreja e sua missão. Ainda esteve presente os Diáconos Permanentes João Miguel e Lúcio  onde passaram um pouco da alegria em ver que muitos estão se colocando a disposição para assumir também esta missão. Terminando o nosso primeiro encontro fomos até o Centro Santa Tereza e lá almoçamos juntos, festejando do Dia de São Lourenço. Dia do Diácono.


Por Ailson Rufino Ferreira - candidato ao Ministério Permanente

Seminário Maior Dom Mário Zanetta

HISTÓRICO DO SEMINÁRIO MAIOR DOM MÁRIO ZANETTA

Interior da Capela do Seminário Dom Mário Zanetta: Fonte Edisandro

O Seminário Maior Dom Mário Zanetta situado a 400 km da sede diocesana de Paulo Afonso-BA, é a concretização de um sonho do povo de Deus e da preocupação de seus pastores diocesanos em formar padres conforme a nossa realidade diocesana, pois os mesmos antes eram formados em outras dioceses como São Paulo-SP, Salvador-BA, João pessoa-BA que acolhiam os seminaristas com solicitude. Para tanto tal realidade levou Dom Aloysio a pensar, Dom Mário Zanetta a gestar e Dom Esmeraldo a concretizar junto ao povo Deus este sonho de tal sorte que no dia 12 de novembro de 2005, foi inaugurado o Seminário Maior Dom Mário Zanetta em Feira de Santana, sede da nossa Província Eclesiástica e local onde se encontra a Faculdade Católica de Feira de Santana. Este hoje, conta com 17 seminaristas provenientes de várias paróquias da diocese que se preparam conforme as Diretrizes da Formação Presbiteral para depois de 3 anos de estudos filosóficos e 4 anos de estudos teológicos servirem com prontidão ao Povo de Deus.
Frente do Seminário: Fonte Edisandro


                                                                                                       Por: Marcílio Reis dos Santos.

Seminário Maior Emaús

Breve Histórico da Diocese de Irecê-BA
“Bom Pastor”



A Diocese foi criada a 28/04/1980, pela bula “Qui in beati Petri” do Papa João Paulo II, desmembrada das Dioceses de Rui Barbosa e Barra, sendo seu 1º bispo D. Homero leite, transferido da diocese de Itabuna (1980-1983), 2º Bispo D. Edgar Carício de Gouveia (1983-1994), 3º Bispo Dom João Maria Messi, OSM (1995-2000), Bispo Atual Dom Tommaso Cascianelli, CP empossado em 12 de novembro de 2000. O Padroeiro da Diocese é o Bom Pastor, celebrado no 4º Domingo da Páscoa. É composta por 22 Municípios e 25 Paróquias.
A Diocese de Irecê com a chegada de Dom Tommaso ganhou um novo rosto. A pastoral vocacional cresceu de maneira efervescente, dos 26 padres da Diocese 17 foram ordenados por ele, e atualmente no Seminário Maior Emaús (Feira de Santana) está em formação 09 seminaristas, e no Seminário Menor São José (Irecê) - 02.
Enfim, este foi e está sendo um tempo marcado pela sua simplicidade, insistência na realização de projetos, sempre sob o olhar carinhoso da Irmã Dulce.

Disponibilizado pelo Seminarista Rogério Gomes da Diocese de Irecê

Cur Deus Homo? Por que Deus se fez homem?

DIVINIZAÇÃO DO HOMEM

Capela da Faculdade Católica de Feira de Santana

A divinização do homem 1Jo 3,2: “Desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos ainda não se manifestou. Sabemos que por ocasião desta manifestação seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é.”
Todos nós somos filhos de Deus desde a concepção. Somos seminae verbi – semente do verbo. O batismo nos concede ser filho de Deus no filho Jesus. O batismo nos insere no mistério Pascal de morte e ressurreição de Jesus. São João diz que somos filhos de Deus, mas o que seremos ainda não se manifestou. Mas seremos semelhantes a Deus. Já somos imagem, pois a imagem é a marca do Divino e semelhança o que viremos a ser. Cristo é o ser humano prefeito que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina deformada pelo pecado. Restitui a semelhança não a imagem. Cristo pela encarnação, a crucifixão, a morte e a ressurreição, expiação vicária, restitui ao homem a semelhança. Porque a imagem não foi destruída pelo pecado original. Pela redenção o homem ganhou a possibilidade de se assemelhar a Deus.
Feito conforme a imagem do filho recebe as primícias do Espírito. Rm 8,23 – “temos as primícias do Espírito”. O que são as primícias do Espírito?
Ef 1,14: “que é o penhor da nossa herança...”
As primícias do Espírito é o penhor da herança. Quem nos garante a herança é o Espírito que habita em nós. O semi divino que nos foi dado ao sermos gerados. O homem todo se renova interiormente até a redenção do corpo. 
Gaudium et Spes 22
Cristo é o ser humano perfeito que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina deformada pelo pecado feito conforme a imagem do Filho e recebe as primícias do Espírito Santo que são penhor da herança eterna que renova o homem interiormente até a redenção do corpo: “Jesus Cristo é o homem que revela o homem ao próprio homem e lhe aponta sua altíssima vocação.”
Em síntese, a semelhança não consiste em ser Deus. Mas, em permanecendo humano poder ver e conviver com Deus. A semelhança é um poder de possibilidade de ver e conviver com Deus. Humano mesmo – carne e osso. A divinização se dá na carne. A carne humana ressuscitada não somente será a imagem do Cristo encarnado ressuscitado, mas poderá também suportar a visão de Deus sem constrangimento. Como é Deus mesmo? Quando nós o virmos face a face, como será? Esta carne humana ressuscitada poderá ver a carne de Cristo ressuscitado e poderá suportar a visão de Deus sem constrangimento. Só o veremos tal qual ele é quando nossa carne ressuscitar. Esta carne não é o Bios, é o Zoé.
Jesus é o revelador do Pai. O revelador do Pai é o mesmo que revela o homem ao próprio homem. Somos feitos, diz São Paulo, à estatura de Deus. Pela obediência radical de Jesus, a humanidade recuperou a possibilidade do icônico e do assemelhamento divino. Por esse ato de desapego de kenises de Jesus toda a humanidade recuperou a possibilidade da imagem e da semelhança divina na forca do Espírito Santo. Todos os mistérios da vida de Jesus foram sustentados pelo Espírito. O salmo 22 e o salmo 31 conjugados no mesmo espaço e proclamados por vários evangelistas: “Eli, Eli, lamá sabactani” e “Tudo está consumado” “Pai nas tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Esta ação vicária de Jesus restabelecedora da iconicidade do assemelhamento divino para a humanidade. Ele esvaziou-se totalmente e deu ao homem a possibilidade do assemelhamento. Agora Cristo é o homem mais homem, sacerdote eterno, sumo e eterno que restabelece com o homem a nova e eterna aliança. Nova porque é eterna, não envelhecerá mais. As outras envelheceram e passaram, esta nova não passará mais, será sempre nova e eterna. Esta aliança está consumada na cruz. A nostalgia do infinito, o homem sempre procurou transcender a si mesmo e alcançar o infinito, este é um sonho, que é aquele sonho nostálgico de Adão que queria já aí superar a sua finitude numa impossibilidade material que se tornou pecado original para nós – Adão queria ser como Deus. Esta é a nostalgia do infinito.
Jesus Cristo relevou o Pai e o homem ao homem e lhe apontou sua altíssima vocação.
Jo 17,17 – “santificai-os na verdade; tua palavra é verdade.” A nossa altíssima vocação é a santidade. A fim de que como tu o Pai estás em mim e eu em tu que eles estejam em mim e eu em tu para que sejam um como nós, que sejam perfeitos na unidade. Esta é a vocação do homem que Jesus revela ao homem: ser santificados na verdade. Todo ser humano é adão e vai se tornando Crístico. É um ser adamítico e vai se tornando Crístico. O processo de santificar é se tornar Crístico. Mas esta santidade do ser humano ainda não está garantida porque o pecado original impede obstaculizando a santidade do homem. Ou por causa da sua liberdade, o homem pode não querer santificar-se.
Conhecer Jesus nesta vida de carne é ir se assemelhando a ele sempre mais. É um processo dinâmico. O ser humano adamítico foi criado à imagem de Cristo e não de Adão. A nossa marca originaria é Cristo. Em Jesus de modo singular o verbo se fez carne; até Cristo tornou-se adamítico semelhante a nós exceto o pecado. O Criador e modelo se fez criatura e modelado ao assumir a carne humana. Para que a criatura reconhecesse sua originalidade e para que toda carne, também a carne de Deus em Jesus, fosse salva, isto é, fosse elevada a estatura de Deus. Toda carne, porque o que não é totalmente assumido não é redimido. A imagem original humana atingiria sua plenitude assemelhada a Deus. A carne humana tornar-se-a divinizada não só porque elevada em Jesus, mas porque a começar dele todo ser humano poderá se assemelhar a Deus como estava estabelecido desde o princípio. Nós somos semelhantes porque participamos da natureza divina.
Somente o homem histórico cristificado e pneumatizado é semelhante a Deus uno e Trino. Nós somos cristificado. Entramos no mistério Crístico do ser. E ao fazer não somente assumimos o que tem de especial nessa dinâmica da salvação, nessa economia da salvação historicamente em Cristo Jesus, mas preexistente e comunitariamente no Espírito Santo que em Jesus habita, o historiciza e nos dá a condição de partícipe deste mistério Trinitário. Nós procedemos do Pai, no Filho nós nos redimimos e o Espírito nos concede o dom de adentrar o mistério de Deus que se chama Trindade. Pela histórica carnal de Jesus entramos no coração da Trindade e pela ação do Espírito que deu a Jesus a condição encarnatória e de ressuscitado, nós entramos na comunidade da Trindade. Nós somos partícipes da natureza divina que é Trindade. Nós somos imagem de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Para santo Agostinho, todas as coisas enquanto criaturas, se assemelham a Deus porque nelas estão impressos os vestígios e as marcas de Deus. Mas, aí nas coisas a semelhança é pobre, pequena e obscura. Mas no ser humano ela é maior porque ele é imagem de Deus. As coisas podem assemelhar-se a Deus enquanto vestígios que possuem de Deus na criação, mas o ser humano pode assemelhar-se mais porque o ser humano tem a imagem de Deus em si. E é a imagem que potencializa o ser humano ao assemelhamento pleno a Deus. Santo Agostinho conclui dizendo: assim toda imagem é semelhante, mas nem toda semelhança é imagem.
Resumindo a imagem: a imagem é formada na criação, deformada no pecado original, reformada na justificação e graça, e consumada na escatologia.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Aula de Cristologia: A mediação de Cristo e do sacerdote

Resumo da Aula de Cristologia[1]

Pergunta: Jesus está todo no Logus? Jesus contém a plenitude do Logus? Ou Jesus é apenas uma partícula do Logus? Se Jesus contém todo o logos, fora de Jesus não há salvação. Haveria fragmento do verbo em outra pessoa? Ou só em Jesus? Jesus está todo no verbo?
Existe uma mudança de paradigma religioso é uma realidade que veio para ficar, devemos contemplar o seu lado positivo, existe uma mudança de paradigma dentro das comunidades e dentro dos estreitos limites da razão ocidental. É preciso contemplar outras realidades das racionalidades que não a ocidental. No ocidente Jesus é o Senhor e outras culturas não o têm como Senhor. (Esse é o que fala aqueles que discutem o diálogo Inter-religioso).
A problemática maior que a teologia do pluralismo religioso levante diz respeito, sobretudo ao dogma da encarnação que confere a Jesus as características de unicidade e universalidade em ordem à salvação da humanidade. É o que fala At 4,12 “só em Jesus há salvação...” A encarnação Jo 1,14, no dizer de alguns do diálogo inter-religioso, seria uma expressão não objetiva e metafórica, poética, mitológica que pretende somente significar o amor de Deus que se encarna em homens e mulheres cujas vidas reflitam a ação de Deus. Roma diz basta! A encarnação que é o texto fundante da nossa Cristologia no dizer de alguns do diálogo inter-religioso é uma metáfora. Segundo J. Hich sendo o verbo maior que Jesus ele pode encarnar-se também nos fundadores de outras religiões, naqueles cujas vidas reflitam a ação de Deus. Outra forma de argumento: sendo o Espírito Santo a ação de Deus salvífica e universal, isto não nos levaria necessariamente à fé em Jesus Cristo, e agora? Heresia!
Sobre a pessoa de Cristo ver: At 4,12; Jo 1,14; Gl 4,4-6; Fl 2,4-7.
O Deus que quer salvar a todos é o Pai de nosso Jesus cujo desígnio de salvação precede a criação do mundo. Ef 1,3-10. Pré-existência do verbo. Jesus é precedente. “Escolheu-nos para sermos santos e irrepreensíveis...”
Apocatástase – recapitulação de tudo, Orígenes desenvolveu e virou uma heresia na igreja. Recapitulação de todas as coisas de Cristo. Alguém chegou a afirmar que todos no final se salvariam inclusive o diabo. (Heresia)
O texto de Ef Vai desde a pré-existência até o eskaton. O Deus que quer salvar a todos é o Pai de Jesus Cristo. Cujo desígnio de salvação precede a criação do mundo. E se realiza no enviou de Jesus ao mundo. Jo 3,16. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho unigênito...: único no gênero. Todo aquele que nele crê será salvo, crer e ser batizado.
Este amor chega até a morte:
Rm 5,8-11 “Mas Deus demonstra seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores. Assim, tornados justos pelo sangue de Cristo, com maior razão, seremos salvos da ira por meio dele. Se quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus por meio da morte do seu Filho, muito mais agora, já reconciliados, seremos salvos por sua vida. E não só isso. Também nos gloriamos em Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual obtivemos agora a reconciliação.”
Rm 8,3. “Deus tornou possível aquilo que para a Lei era impossível, porque os instintos egoístas a tornaram impotente. Ele enviou seu próprio Filho numa condição semelhante à do pecado, em vista do pecado, e assim condenou o pecado na sua carne mortal.”
Deus enviou o seu filho em carne de pecado – ele se fez pecado por nós.
Rm 8,32. “Ele não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. Como não nos dará também todas as coisas junto com o seu filho?”
2 Cor 5,18-19 ele é a salvação. Que a salvação se adquire somente pela fé em Jesus Cristo é uma afirmação constante do Novo Testamento. Os que creem em Jesus Cristo são a nova descendência de Abraão.
Rm 9,6-7. “Nem todos são descendentes de Abraão. É a descendência de Abraão que é conferido este múnus salvífico.”
Gl 3,29. “E se vocês pertencem a Cristo, então vocês são de fato a descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa.”
Jo 8,31. Verdade e liberdade. A verdade vós liberte.
Lc 1,55. “que foi prometido a Abraão...”. Nós somos a descendência de Abraão. A graça é para todos, porém essa bênção passa por Abraão. “A benção de todos em Abraão encontra seu sentido na benção de todos em Jesus Cristo”. (CTI 569)[2]. Esse Jesus Cristo é único mediador. Hb 8,6. “Jesus, porém, foi encarregado para um serviço sacerdotal superior, pois é mediador de uma aliança melhor, que promete melhores benefícios.”
Único mediador.
Hb 9,15. “Desse modo, ele é o mediador de uma nova aliança. Morrendo, nos livrou das faltas cometidas durante a primeira aliança, para que os chamados recebam a herança definitiva que foi prometida”.
Hb 12,24. “... e de Jesus, o mediador de uma nova aliança. Vocês se aproximaram do sangue da aspersão, que fala muito mais alto que o sangue de Abel.”
A unicidade do mediador corresponde à unicidade de um Deus que quer salvar a todos; o mediador é Jesus Cristo;
Também aqui se trata da significação universal de Jesus Cristo enquanto é o filho de Deus encarnado, ele tem uma significação universal, não mitológica, metafórica, mas real. Ele é mediador entre deus e os homem porque é o filho feito homem que se entregou à morte em resgate de todos. (CTI 571). Este é o sangue da Nova e eterna Aliança. Novo aqui não é aliança que vem depois da velha. Não é aliança nova cronologicamente, é nova porque é eterna. Sempre é nova porque é eterna. Todos os dias ela se dá.
Mediação está relacionada à salvação. Existe mediação, no campo da teologia, para que aconteça a salvação. Pois segundo a concepção religiosa antiga, a salvação precisa fundamentalmente de um mediador que operacionalize a salvação. Não dá por acaso, precisa de um mediador. Jesus Cristo é o mediador da salvação universal, mas que não está historicamente vivo entre nós, quem o encarnar, atualiza e personifica é a Igreja. A Igreja é a mediação sensível da salvação no mundo. Mediação está relacionada à salvação, pois segundo a concepção religiosa antiga, a salvação necessita de um mediador salvador, com isto surge o sacerdote, o culto, o rito e os argumentos a cerca da expiação. Tudo isso seria necessário para que o homem pudesse se aproximar de Deus mesmo que tivesse uma conduta irrepreensível porque permanece no mundo meramente humano. Olha a importância do sacerdote e da pureza do sacerdócio que celebra e da pureza do culto. O homem que a processa deve estar em devir de santidade para que ele em sua vida e exemplo tenha simetria com o Deus santo a quem ele que elevar o homem: queremos aproximar o pecador de Deus. Nem sermos anjos no Céu nem sermos lixos na terra.
Não se trata simplesmente de abrir para acolher, mas de sair porta a fora para procurar e encontrar decididamente pensemos a pastoral a partir da periferia (Papa Francisco). Ir na miséria não significa ser miséria com eles, mas ajudá-los a sair de tal situação.
Tudo isso seria necessário para o homem se aproximar de Deus mesmo que tivesse uma conduta irrepreensível. É preciso transcender, sair do espectro profano e adentrar no mundo do sagrado. Para nós processarmos a mediação salvífica, é preciso que nós saiamos para adentrar no mundo do sagrado. O revestimento do sagrado começa pelo reconhecimento e respeito à dignidade do ser humano. Somente o sacerdote com seus poderes, rito poderá fazer isso. Qual o valor do ser humano? “É preciso reverenciar a imagem de Deus que está em você.” “Imagem de Deus: cada ser humano.”
O sacerdote é o mediador entre o sagrado e o profano, entre Deus e o homem. “para aproximar-se a Deus, o decisivo entrar no mundo diferente o mundo do sagrado, o radicalmente diferente e separado do profano, a esfera do divino e sobrenatural”. Ora, o homem tem acesso a esta esfera e a esse mundo mediante os ritos e cerimônias que o separa do profano e lhe possibilita o acesso ao sagrado. O sacerdote é este homem do sagrado, e esta mediação se dá no culto e o seu centro é o sacrifício expiatório; o centro do culto sacerdotal é o sacrifício expiatório. Vemos, entretanto, no Antigo Testamento que Deus dá outra perspectiva a esta relação ao celebrar a Aliança com o seu povo; e no NT muda-se radicalmente essa dimensão cúltica da relação com Deus. No AT, a casta sacerdotal servia dessa sua posição para oprimir, para projetar-se, para benesses; esta não é a perspectiva sacerdotal; a perspectiva sacerdotal é a de alguém que carrega sobre si os pecados da humanidade. Cristo carregou nos seus ombros os pecados da humanidade.
Vemos no AT que Deus dá outra perspectiva a essa relação ao celebrar aliança com seu povo; quando Deus estabelece uma aliança com Moisés, com Abraão etc. ele está agindo transcendentalmente numa historia natural. Ele está intervindo na história dos homens, chamando cada homem pelo nome. No NT muda-se radicalmente essa relação cúltica com Deus, em Jesus Cristo se manifesta um Deus muito diferente daquele que se manifestou nas religiões do entorno de Israel. Assim o ser sacerdotal mediador deve ser compreendido  a partir do que disse e fez Jesus Cristo.
 Jo 4, 21-24 “Jesus disse: Mulher, acredite em mim. Está chegando a hora, em que não adorarão o Pai, nem sobre esta montanha nem em Jerusalém. Vocês adoram o que não conhecem, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e verdade. Porque são estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.”
Este é um tempo novo, não é um tempo de usar animais e objetos. O Deus os quer como adoradores e consequentemente como mediadores da ação salvífica. O Deus que o NT conhece é um Deus próximo, o Deus conosco. E esta sua aproximação é condição de possibilidade de sua manifestação e conteúdo de sua própria realidade. Deus aproxima-se ao homem e dá lhe a possibilidade de sua manifestação. A mediação agora é carnal. Deus nos salvou na carne. O verbo se fez carne e habitou entre nós.
Pode se dizer assim: que o sacerdote mediador de Jesus Cristo é a sua real e efetiva humanidade. O sacerdote mediador de Jesus é a sua carne, é salvador na carne, é redentor na existência, na pré-existência, porque ele é criador, e Deus nos cria para nos salvar. Portanto Cristo já é nosso redentor na pré-existência. Embora o sacrifício tenha o seu sentido, o sacrifício expiatório perdeu sua densidade teológica depois da vinda de Jesus. O único sacrifício expiatório verdadeiro agora é Jesus Cristo que nos salvou. O único sacrifício expiatório foi o de Jesus Cristo que nos salvou na cruz. Segundo J. Sobrino, Jesus Cristo é sacerdote e mediador por ser humano e humano sem acréscimo. Nada mais que isso. Jesus é humano, Homem humanizado, não precisa de acréscimo. Ele nos salvou na carne. A este respeito, vale a pena revermos a carta aos Hebreus e o que nela está contida a cerca do Sumo Sacerdote e não nos esquecermos das promessas sacerdotais segundo a ordem de Melquisedec.


[1] Este resumo foi feito a partir da aula de Cristologia.
[2] Comissão Teológica Internacional

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

AULA DE CRISTOLOGIA: Jesus está todo no Logos? Ele contém todo o Logos?

Resumo da aula de cristologia



(Obs: este texto é apenas um resumo da Aula da disciplina de Cristologia. Claro que é um pensamento que engloba vários autores, mas não faço referência a nenhum, apenas algumas citações provocadas pelo professor.)

Jesus indo para Cesaréia de Filipe (Mc 8, 27ss) quer saber dos discípulos o que dizem deles. Depois pergunta aos discípulos. Nesta pergunta, ele já está colocando as bases da Igreja. É aos discípulos que ele faz a pergunta sobre o que falam dele, mas depois fala perguntando a opinião deles. Falar a nossa Igreja – pastoralmente é bom diz Bento XVI, pois dá um sentido de protagonista, mas precisa dar um passo a mais e dizer sempre o termo “a Igreja de Jesus”! Quando Pedro responde “tu és o Cristo...” Jesus se pronuncia e forma a sua Igreja... “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a ‘minha’ Igreja”... ou seja, a Igreja dele. Portanto, a Igreja não é minha nem sua, mas é de Jesus. Nós somos membros dela e alguns se tornam gerentes, administradores. A Igreja é um evento de Salvação; e um evento carece por momento de protagonismos no tempo. O dono é Jesus. Quando se fala de administrador entra o papel do bispo que designa párocos em seu nome.
A ‘tria múnera’ episcopal: Ensinar, Governar e Santificar; quando um bispo não governa, a diocese vira casa da mãe Joana. O bispo governa por si e ou pelo vigário geral.
O administrador paroquial não é pároco. Pode ser removível. E vigário não tem poder nenhum. O poder de ordem começa na ordenação. O pároco tem o poder de inamovibilidade.
O poder de ordem por si só não basta, logo o bispo dá o poder de jurisdição.
“Futurível, aquele que tendo tudo para ser alguma coisa em alguma época, não o sendo jamais o será”.
Para não cairmos numa Cristologia de Jesus sem Cristo, precisa manter o dado eclesial com o cristológico, porque a igreja é o lugar da fé. O dado eclesial não pode negar a relação história e fé. É a fé da Igreja que nos conduz ao Jesus da história, ao Jesus histórico, esse mesmo que inspira a fé dos fiéis na igreja. O acontecimento histórico da salvação cumpriu-se em Jesus de Nazaré. Enquanto a atualização plena desse acontecimento manifestou-se na fé da Igreja primitiva. Foi essa Igreja, no auditus fidei, leu o desígnio de Deus, que Jesus houvera lhe comunicado nos seus três anos de pregação.
Esse Cristo que está na Igreja, é chamado de mediador universal da salvação. At 4,12.
Contudo, para alguns, esse Deus que Jesus nos revelou não é exclusividade dos cristãos. Existe uma semente do verbo difusa e comunicada em todo o orbi. Essa semente do verbo, segundo o diálogo inter-religioso, está em todo ser humano, em todo planeta. O papa JPII rebate dizendo: é preciso continuar o “ide e ensinai”. Se nós contentarmos com esse discurso que em todo lugar está a semente do verbo e que todo ser humano pode alcançar por essa ou por aquela via a salvação, e que todos os caminhos levam a Deus, tudo é bom, nós a retesaremos o âmbito da missão que é essencial na igreja. Christus Dominus diz que em todas as igrejas existem elementos salvífico, mas a plenitude nós só a encontramos na Igreja Católica.
Na Cristologia, num determinado período a partir dos anos 60, surgiu uma linha de pensamento em que alguém atribuiu a teoria dos cristãos anônimos calcado no texto de Mt 25,31-46.
Deus não vai perguntar no dia do juízo final qual era a nossa religião, qual a nossa igreja, quantos batismos foram realizados, quantas comunhões foram distribuídas, quantas primeiras eucaristias o padre realizou, quantas vezes o padre assistiu ao matrimonio, quantas missas foram celebradas.
Com certeza Rahner não escreveu a teoria dos cristãos anônimos. Porque não existe cristão anônimo? O que caracteriza o cristão é o testemunho e quem testemunha não é anônimo. O cristão deve dizer e testemunhar sua fé. Quem esconde a sua identidade é ladrão e salteador.
Rahner escreveu um artigo: e deu um testemunho dizendo que sua família era cristã, mas somente um tio a ateu é que fazia tudo que Jesus pediu em Mt 25,31-46. Segundo Rahner, de toda sua família é o mais cristão. Com isso, alguns seguidores de Rahner elaboraram a teoria dos cristãos anônimos. Rahner não disse nada desse gênero.
O papa JPII fez a encíclica Redemptoris missio criticando essa teoria. A oferta da graça na ordem natural alcança todos os homens. Existe uma graça que Deus dá, todos podem se salvar, independentemente de conhecerem ou professarem uma fé. (Rahner) O cristianismo se entende a si mesmo como uma religião absoluta, determinada para todos os homens, que não pode reconhecer junto a si nenhuma outra com igualdade e direitos. Para o cristianismo, esse pluralismo religioso é uma ameaça maior e razão de uma quietude maior e para todas as outras religiões, porque nenhuma outra, nem sequer o Islã se implanta a si mesma como religião, como a religião única e unicamente válida do Deus uno e trino de maneira tão absoluta como o cristianismo (Rahner). O islã é uma reflexão a partir da cabeça de um homem. Enquanto o cristianismo é uma herança de fé a partir de Deus. Porque o dogma nos ensina que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
A tradição cristã tomou como ponto de referência a fé de que Jesus veio para cumprir as promessas feitas a Israel. Ele é o cumpridor das promessas, o mediador de toda a salvação. Salvar o povo que perigava a espera da pátria prometida, esse é o Cristo. Já no século II os cristãos se encontram no seio de um mundo no qual já existiam muitas religiões. Sobretudo na comunidade de Éfeso e Corinto. Assim, Atenágoras, Justino, Clemente de Alexandria tentaram a singularidade e a universalidade de Jesus Cristo, mas reconhecendo em outras religiões sinais da presença do mesmo Logos que se encarnou em Jesus. Uma observação de fundo, pode se fazer que a partir do fato, de que a Igreja, ao longo da história, aliada ao Império Romano foi sufocando muitas religiões, inclusive o judaísmo e assim, impondo a afirmação da universalidade e exclusividade de Jesus no tocante a salvação. Ora, quando Constantino e Diocleciano impuseram o cristianismo ao mundo como única religião, foi pela força política; o Império Romano era império mesmo. O Império Romano dominava quase todo mundo de então. Depois do império Romano teve a experiência do império spânico com Felipe III, este dizia que no seu reino o Sol não se punha, o sol estava sempre no alto, onde tinha uma província da Espanha ali era dia. Primeiro o império Romano, depois o Spânico e depois o Britânico.

No aspecto teológico, afirma-se que o batismo é necessário para salvação, devido ao Pecado Original e a imersão do homem no mistério de Cristo único salvador. Primeira afirmação teológica dessa universalização, desse expansionismo do cristianismo que se serve do Pecado Original para afirmar: todo homem nasce em pecado, em poder do mal, logo é preciso que batizemos para que ele restaure a sua dignidade primeira. Quem faz isso é a Igreja, daí Belarmino estabelecer a forma esdruxula: Extra ecclesiam nulla salus.
O que a bíblia At 4,12 diz é que fora do Cristo não há salvação, o que o pessoal do diálogo inter-religioso diz é que todo lugar existe a semente do verbo, portanto existe salvação. O que a Christus Dominus diz é que todas as igrejas têm meios salvífico, mas somente a Igreja tem a plenitude de salvação. A universalidade de Cristo foi assim interpretada em chave eclesiocêntrico; um eclesiocentrismo exacerbado é a negação da proposta salvífica de Deus. Porem, aqueles que defendem o diálogo inter-religioso afirmam: quem melhor alcança não é o eclesiocentrismo, mas o Reinocentrismo. Aí surgiu, a partir dessas teorias, uma compensação a essa rigidez do eclesiocentrismo como batismo de desejo, fé implícita, como suplências à compreensão da fé em sentido próprio ou a recepção do batismo. Nós, católicos, admitimos e podemos admitir o Cristocentrismo porque Cristologia é teologia, Cristocentrismo é em suma teocentrismo. Os teólogos do diálogo inter-religioso preferem em vez de um teocentrismo cristocéntrica ou um Cristocentrismo teocêntrico, um Reinocentrismo: é o reinado de Deus que conta, é amplo, alcança a todos. Mas Cristocentrismo eclesiocêntrico é um fechamento a universalidade de Deus.
Um problema a ser considerado: hoje existe um avanço das tecnologias modernas, das comunicações abundantes e das sofisticadas informações, do sofisticado e diversificado saber das línguas e porque não promover um avanço das religiões? Não podem ser uma proposta universal de salvação, porque reduzir a proposta de salvação de Deus a essa ou aquela religião? Pergunta o pessoal do diálogo inter-religioso.
O romanismo, o papado, o eurocentrismo, o catolicismo não são mais hegemônicos.  Acabou a hegemonia da Igreja, do papado, da Europa, do ocidente. Hoje tem forças se enfrentando. O islã não é ocidental é oriental, não podemos mais falar de uma civilização ocidental quando tem uma civilização mundial. O cristianismo só tem força no ocidente. O islamismo está entrando no ocidente com rapidez. O pluralismo religioso é uma realidade que veio para ficar. Devemos contemplar seu lado positivo a uma mudança de paradigma na sociedade e nas comunidades crentes que não nos deixam pensar apenas dentro dos estreitos limites da racionalidade ocidental; existe outra ratio que não a ocidental. A problemática maior que a teologia do pluralismo religioso levanta hoje diz respeito, sobretudo, ao dogma da encarnação que confere à pessoa de Jesus Cristo a característica de universalidade e unicidade em ordem à salvação da humanidade. Parece que a salvação está somente em Jesus. Ele é o único salvador e, sendo o único é universal. Para todo mundo.
A encarnação Jo 1,14 seria – segundo essa teoria – uma expressão não objetiva, mas metafórica, poética, mitológica que pretende somente simplificar o amor de Deus que se encarna em homem e mulheres cujas vidas reflitam a ação de Deus. Ainda neste raciocínio, sendo o verbo maior que Jesus, pode encarnar-se também nos fundadores de outras religiões. O verbo é uma coisa, Jesus histórico é outra. O verbo encarnou-se em Jesus, mas pode encarnar-se em outras pessoas ao longo da história. Pergunta: Jesus está todo no Logos? Jesus contém a plenitude do Logos? Ou Jesus é apenas uma partícula do Logos  Há ainda outra forma de argumento, sendo o Espírito Santo a ação de Deus, salvífica e universal, essa não nos levaria necessariamente a fé em Jesus Cristo, porque se o Espírito é de Deus e pode pairar onde e quem quiser, não somente em Jesus.

Homilia de dom Ottorino no encontrão com os catequistas da Diocese de Serrinha

O PRIMEIRO CATEQUISTA DA DIOCESE É O BISPO




Alegro-me com a vossa presença queridos (as), sejam bem vindos.
Último domingo de agosto do mês vocacional. Dia que se invoca a vocação dos leigos, principalmente dos catequistas. 

A gente costuma dizer nos lugares onde visitei na Visita Pastoral: quem é o primeiro catequista da Diocese? O bispo! Mas o bispo sozinho não pode fazer muito. Precisa dos padres e de vocês. Eu gosto de dizer que vocês catequistas são o prolongamento do bispo nas paroquias, nas comunidades. Porque vocês me representam lá, fazem o trabalho que eu não posso fazer e delego a vocês para que seja feito. Portanto, vocês são o prolongamento do bispo no meio de vossos irmãos e irmãs, isso é uma honra? Não é tanto uma honra, mas uma responsabilidade. Logo é importante que os catequistas estejam em comunhão com o seu bispo e com os seus padres na paróquia. 


É importante que recebam as orientações do bispo para evangelizar, pois a catequese é a primeira forma de evangeliza. Eis aqui Senhora Sant’Ana nossa padroeira, foi a primeira catequista de Maria. Pois bem, eis a vossa responsabilidade; não pode ser catequista de qualquer jeito, com má vontade, sem preparação, um catequista assume pra valer esta missão representando o bispo e os padres. As leituras deste domingo se dirigem para mim e para vocês, queridos catequistas.


Primeira leitura do profeta Isaías: “porei no meio deles um sinal e enviarei um mensageiro”. Nestas palavras do profeta, vejo todos vocês como sinais e como mensageiros. Sinais significa testemunho; dizia o papa Paulo VI: o mundo de hoje precisa mais de testemunhas do que de palavras. Então, o primeiro aspecto de vossa vida de catequista é ser sinal, testemunha, isto é, a vossa vida deve falar. Para serem testemunhas, portanto, é preciso uma vivência especial. Qual será essa viva vivência do catequista? É viver com Cristo, por Cristo. Cristo é tudo em vossa vida.


Então vocês entendem que para serem testemunhas, precisa atitude certa, postura certa, palavra certa; não pode ter ambiguidade na pessoa do catequista, senão se torna contra testemunha. Eu sempre agradeço aos catequistas pela disponibilidade, pela generosidade, porque dedicam tempo, e isso é muito positivo, mas eu digo a vocês que muitas vezes ficam frustrados, não somente por causa de uma resposta fraca dos vossos catequisando ou das comunidades que vocês trabalham, mas esta frustração muitas vezes vem de dentro, porque falta uma preparação adequada, porque muitas vezes não tem entusiasmo e hoje eu digo a todos vocês: procurem ser testemunhas, mas tendo dentro de vocês Jesus Cristo, Ele que é a fonte de alegria, de entusiasmo, de riqueza para transmitir a todos. Sinais, se vocês são sinais e testemunhas, então os outros vão acolher e escutar melhor o que vocês fazem e são: anunciadores, mas para serem anunciadores verdadeiros, tem que ter conhecimento. E o maior conhecimento é Jesus Cristo. Conhecer sua palavra porque vocês são na verdade educadores na fé e isto não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser, um estilo de vida. Portanto, eu digo a vocês: sejam testemunhas daquilo que vocês estão comunicando; o que vocês comunicam devem ser testemunhado e vivido, porque ninguém pode dar aos outros aquilo que não tem. Abasteça vossa vida com a palavra do Senhor, com a oração e com a vida sacramental. Assim vocês serão sinais e anunciadores dignos.


A segunda leitura da carta aos Hebreus tem esta admoestação: “meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanime quando ele te repreende, porque qual é o pai que não repreende seu filho por amor”? Nestas palavras eu quero enxergar ainda a atitude dos catequistas: vocês sabem que a Palavra do Senhor é como uma espada de dois gumes, é exigente, mas vejam bem, não por isso devemos ou podemos reduzir a palavra ao nosso gosto, ao que é mais prazeroso, tem palavra no Evangelho que é tão bonita, todo mundo fica entusiasmado, mas quando a palavra do Senhor exige que seja apresentada a cruz ou a porta estreita como diz o evangelho, nós não podemos reduzir ou abaixar o valor da palavra do Senhor custe o que custar. Porque como os alimentos aguados perdem o sabor tornando-se insosso, assim acontece com a palavra do Senhor reduzida, colocada de forma mais branda, então ela perde o sabor. Não é um direito nosso mudar a palavra do Senhor, tem que transmitir na sua inteireza na sua integridade para que todos conheçam o caminho de Deus. O DA 287 fala: “ou testemunhamos na fé colocando as pessoas em contato com Cristo ou não cumpriremos a nossa missão evangelizadora”. Eis a nossa missão: ajudar as pessoas a entrar em contato com Cristo. vocês sabem que estamos no momento importante na nossa diocese que é o Sínodo diocesano. O nosso sínodo diocesano se põe neste caminho: anunciar e testemunhar com alegria de forma clara e inequívoca a pessoa de Jesus Cristo, seu nome, sua palavra, sua doutrina, sua vida e suas promessas de um Reino eterno. Quem não anuncia estas coisas está trabalhando em vão, não está evangelizando.


Passemos ao evangelho: Senhor é verdade que são poucos aqueles que se salvam? Jesus não dá nenhuma resposta, mas indica o caminho para se salvar: passar pela porta estreita. Passar pela porta que é Jesus. Diante desta pergunta, sabe como eu responderia? Depende dos catequistas. Olha que responsabilidade vocês carregam? Porque vocês estão mediando, ajudando o catequisando a crescer no conhecimento de Jesus e a fazer a opção de acolher Jesus na vida. Se vocês não conseguirem isto, logo, serão os responsáveis por alguém que vai se perder. Sim, o futuro da nossa Igreja, o futuro da nova evangelização passa pela vossa pessoa. Vocês devem ajudá-lo a entender qual é o caminho certo.



Eu concluo com o twitter de Papa Francisco que diz: Senhor ensina-nos a sair de nós mesmo, ensina a sair pelas estradas para manifestar o teu amor. Deixo esse recado para todos a partir de mim, bispo de si mesmo, sai pelas estradas; padres, seminaristas, religiosos, saiam de si mesmo, tenham coragem, custa e é difícil, mas saiam pelas estradas e anunciar Jesus Cristo! Catequistas sair de si mesmo, não dizer agora: não tenho tempo, por agora não dá; quantas desculpas para não sair de si mesmo, para não largar certas formas de agir, saiam de vocês mesmos, saiam e vão pelas estradas e anunciem a tempo oportuno e a tempo não oportuno Jesus Cristo!

domingo, 18 de agosto de 2013

A Equipe SAV esteve no mês de agosto na Paróquia Bom Pastor na cidade de Serrinha

A EQUIPE SAV NA PARÓQUIA BOM PASTOR


No mês de agosto, a Equipe do SAV - Serviço de Animação Vocacional - realizou seu trabalho na Paróquia Bom Pastor em Serrinha. Um trabalho de ir às comunidades animando as vocações e divulgando o projeto "Amigos do Seminário" Sagrada Família da Diocese de Serrinha. Esta equipe é composta pelos seminaristas do 3º e 4º ano de Teologia em companhia do padre Reitor Rodrigo Pinheiro.






São três finais de semanas visitando as comunidades e no último domingo acontece um Encontrão com todos os jovens das diversas comunidades visitadas. No Encontrão são tratados temas de vocação. Claro que a Equipe dá ênfase à vocação sacerdotal, porém todas as outras vocações são divulgadas nos encontros. 














Paralelo ao Encontrão, o padre Rodrigo se reuniu com aqueles jovens vocacionados que poderão ingressar no Propedêutico nos próximos anos. O acompanhamento desses jovens acontece com mais frequência. São jovens que despertaram para o Chamado após a Equipe visitar suas Paróquias.








O objetivo do SAV nas Paróquias é: despertar, animar e acompanhar os vocacionados. O trabalho é intenso, mas está dando resultados, graças a Deus! O mérito não é da Equipe, mas sim de Deus que chama aqueles que Ele quer. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Seminaristas recebem ministério de Leitor e de Acólito.

Ministérios de Leitor e de Acólito.


No dia dos pais, cinco seminaristas receberam os ministérios de Acólito e de Leitor. Foram eles, Erismaldo, Gildvan e Rodrigo(3º ano de teologia) para o ministério de Leitor. Everaldo, que está no estágio pastoral e Robson Batista (4º ano de teologia) para o ministério de Acólito. A celebração presidida por dom Ottorino, foi realizada na Catedral Senhora Sant'Ana da Diocese de Serrinha.
Na sua homilia, dom Ottorino disse: "(...) Pois bem, três deles recebem o ministério de Leitor. São autorizados, oficialmente pela Igreja, a proclamar a palavra do Senhor. Não é uma simples leitura." (...) 

(...) 
"A proclamação é bem mais que uma leitura. Primeiro é entender o que vão ler. O leitor deve começar a viver mais profundamente da palavra do senhor, para que vocês sejam possuídos pela palavra, não que vocês devam possuir a palavra, é a palavra que deve possuir vocês. A palavra do Senhor deve estar dentro de vocês. Quando uma pessoa é possuída pela Palavra do Senhor, tem tudo para anunciar, para proclamar, para dizer o sentido daquela palavra. Digo a vocês três: vivam cotidianamente da palavra do senhor. Seja de verdade a grande luz que ilumina vosso caminhar. Mesmo nas dificuldades, mesmo nos momentos de escuridão, procurem ser clareados pela palavra do Senhor."


Depois dom Ottorino continua e fala aos acólitos.


 "Acólito é um passo à frente. É aquele que é chamado para servir do altar. O acólito instituído tem uma função especial, mais próximo do celebrante para ajudá-lo e até distribuir a eucaristia de forma extraordinária ao povo, isto é, ter nas mãos o Corpo de Cristo. Eu digo quando intuito os ministérios extraordinários: que responsabilidade, não é tanto uma obra, é uma responsabilidade ter nas mãos o Corpo de Cristo. O que significa ter nas mãos o Corpo de Cristo? Significa viver uma vida digna, quanto mais perfeita possível, largando o que não presta, desapegando do que pode atrapalhar, porque este caminho é especial que vos leva depois a consagrar o Corpo do Senhor. É grande demais. Eis o meu apelo para vocês. Ser acólito, subir ao serviço do altar, distribuir a eucaristia, exige uma vida santa. E agora deve ainda mais voltar a vossa existência em vista da consagração sacerdotal."


"A Igreja é muito prudente, a Igreja é sábia, tem um caminho de 2000 anos, sabe que estas coisas vão crescendo aos poucos. Eis as etapas preparatórias. Não podem chegar depois de sete, de oito anos de preparação, não podem chegar a se consagrar padres e dizer: mas... fazer o quê, somos humanos, somos fracos... E esse tempo de preparação, e esse tempo de convicção profunda foi jogado fora? Eu peço aos pais, ao pai e a mãe, que tenha o cuidado dos filhos, que ajudem as vocações, que acompanhem, peço as comunidades onde existe uma vocação, que sejam para ela os padrinhos, padrinhos de coração, padrinhos na oração porque precisam. Não há nada de melhor no mundo que encontrar um rosto resplandecente, luminoso, fruto de uma vida em que se alternaram sofrimentos e alegria, luta e paz interior."


"A transparência, a luminosidade de vossos rostos são frutos dessa luta, desse momento de sofrimento que purifica, mas também momentos de alegria e de paz interior, porque o Senhor está com vocês. Ouvimos isso no Salmo responsorial: felizes aqueles que temem o Senhor – não é medo não. O temor que é respeito, que é adesão, que é aceitação do Senhor de quem confia esperando o seu amor. E saibam que na dificuldade, Ele é nosso auxilio e proteção. E na narração do Evangelho, ouvimos essa palavra: é preciso vigiar e ficar de prontidão. "

Depois dom Ottorino concluiu a homilia falando para os seminaristas:
"Querem viver o vosso ministério? Querem se preparar para serem padre? Querem mostrar ao povo que precisa desse rosto resplandecente e luminoso? Este é o ponto! Lembrem-se sempre do Salmo, lembrem-se desse convite: vigiai, estai de prontidão. É isto que de coração grande e aberto eu desejo a vocês."