Não tenhas medo de dar a tua
resposta
Por:
Marcilio Reis dos Santos, seminarista do 4º ano de Teologia
Diariamente
deparamo-nos com inúmeras possibilidades, caminhos, escolhas. Todos os dias
nossa liberdade é provocada frente às opções que devemos fazer. Aliás, a pessoa
humana não consegue viver sem optar. Fazer escolhas é necessário e quando a
escolha é bem-feita, faz-se a experiência da conquista, da alegria de haver
acertado e da certeza da felicidade.
Na
vida todos buscamos a realização humana, mas esta realização pode aparecer a
cada um de forma diferente e até mesmo são muitas as formas de alguém se
realizar plenamente. A cada momento da história da pessoa humana há
expectativas e exigências e a cada uma delas há maneiras diferentes de
concretizá-las. É preciso, portanto, escolher o melhor, onde as possibilidades
de realização também são maiores.
O
que farei da minha vida? Esta pergunta é inquietante para todos aqueles que
realmente querem traçar um caminho em busca da realização humana, profissional
e vocacional.
Pergunta-se
pelo “que fazer da vida” é muito mais dolorido e complexo que perguntar-se pelo
“que os outros querem de minha vida”. Perguntar-se a si mesmo pelo “que devo
fazer da vida” é muitas vezes articular uma questão sem resposta verbalmente
enunciada. É colocar-se frente a si mesmo e frente a Deus, pedindo a Ele a
graça de poder responder através das escolhas e ações.
Ainda
quando falamos do “que fazer da vida” não estamos pensando apenas no que vamos
exercer, de que faculdade cursar ou profissão abraçar. Estamos nos reportando
mentalmente a um universo muito mais amplo que tem a ver com nossa identidade
cristã e com nossa identidade vocacional.
Nós
não nascemos por acaso, mas somos frutos de um projeto de Deus. Foi Ele quem
nos chamou a vida e nos fez à “sua imagem e semelhança”. Portanto, é preciso
tomar consciência desta nossa identidade humana, buscando amadurecer em todas
as suas dimensões e dando-se conta das capacidades e dons, bem como, das
fraquezas e limites.
Pelo
batismo confirmamos nossa adesão de seguimento ao chamado de Jesus Cristo. Ele
é Caminho, Verdade e Vida, nos ajuda a descobrir a vontade do Pai e nos fortalece,
através dos sacramentos, para o compromisso cristão de construção do Reino de
Deus. A identidade cristã é uma tarefa que se realiza na educação da fé, na
superação de suposições pseudo-religiosas e no aprofundamento da participação
da vida religiosa da realidade eclesial em que se encontra. A identidade
cristã, assim como a identidade humana precisa ser cultivada e sedimentada ao
longo de toda vida.
A
partir desta identidade humana e cristã, podemos então perguntar-nos pela nossa
identidade vocacional. Neste contexto aparecem às vocações especificas de
serviços leigos nas comunidades. São os ministérios não ordenados como:
catequistas, ministros da comunhão eucarística, animadores da liturgia,
coroinhas, grupos de jovens, etc. Pessoas, solteiras ou casadas, que prestam um
serviço a comunidade eclesial não obstante as compromissos profissionais e
familiares.
Há
outros que se perguntando pela sua identidade vocacional irão descobrir que
Deus lhe propõe a vocação a vida consagrada. A vocação sacerdotal ou religiosa
consagrada é uma escolha livre e amorosa de consagração a Deus ao serviço do povo, dedicando o nosso tempo
integral, nossas qualidades, tudo para instaurar a vida de Deus neste mundo.
Querido
jovem, você está diante de caminhos diferentes. Todos muito bons. Não há
vocação melhor ou pior. O importante é escutar a voz de Deus e o clamor do seu
povo, com suas realidades que nos impulsionam para a missão. Não tenhas medo de
dar a tua resposta generosa, pois o mundo precisa de pessoas corajosas capazes
de fazer a diferença.
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