“Eu vou porque Deus
me chamou”
Por:
Marcilio Reis dos Santos, 4º Ano de Teologia.
Edições CNBB |
Na vida existem muitas possibilidades,
muitos caminhos, muitas escolhas. Todos os dias nossa liberdade é provocada a
fazer uma escolha. Escolher é necessário e, quando a escolha é bem feita,
faz-se a experiência de uma grande liberdade.
Todos
buscamos nossa realização plena como pessoas e como cristãos. São muitas as
maneiras de alguém se realizar. São muitos os caminhos: é preciso escolher o
caminho certo. O desafio é enfrentar as encruzilhadas da vida: parar, pensar,
refletir, rezar e escolher o caminho que mais nos permite viver nossas
aspirações e responder ao chamado interior que Deus nos faz. O ideal é não
descartar nenhuma proposta vocacional, mas acolher todas as vocações como
possibilidades de realização, como caminhos possíveis para mim. Todas as
vocações são boas. É preciso então descobrir o caminho por onde Deus nos chama.
Quer guiar-nos e acompanhar-nos. Ele nos dará forças e graças para seguirmos
nosso caminho e vivermos bem nossa vocação: “Eis que Eu estarei convosco todos
os dias” (Mt 28, 20).
A
vida já é uma vocação. Viver segundo o plano de Deus é responder a esse chamado
da vida. Podemos chamá-la de vocação
humana: passar a existir e viver como gente; ser “imagem e semelhança” de
Deus: ser capaz de amar e de doar-se; viver com sabedoria e liberdade...
Ser
um seguidor de Jesus Cristo, eis o compromisso da vocação batismal. Pelo batismo somos chamados por Deus a sermos
discípulos de Cristo, morada do Espírito Santo, membros da Igreja (a família de
Deus) e vivermos uma vida de santidade. Todo cristão leigo é alguém comprometido
com a sua comunidade: participa, colabora, coloca-se a serviço... Como solteiro
ou no matrimônio, o cristão leigo vive a sua vocação de batizado.
Deus
chama alguns homens e algumas mulheres a viverem um estilo de vida diferente e
especial: é a vocação à vida consagrada.
Ser religioso ou religiosa é ser uma pessoa consagrada a Deus e a serviço de
seu povo; é amar a vida e participar de modo integral da realidade do chamado a
uma consagração mais radical no seguimento, num modo mais humano e mais belo de
viver a vida.
A
vocação ao ministério ordenado
(diácono, padre, bispo) é um caminho belo, nobre, e desafiante em nossos dias.
O padre é o homem da comunhão: com Deus e com o seu povo. Comunga a alegrias,
sofrimentos e esperanças da humanidade. É ele quem alimenta os cristãos com a
Palavra de Deus e os sacramentos.
Não
podemos esquecer-nos da vocação
missionária. Todo cristão é missionário. Toda Igreja é missionária. Todo
povo de Deus anuncia o Evangelho, assim nos exorta o Santo Padre, o Papa Francisco
em sua exortação Evangelli Gaudium, a alegria do Evangelho. Pelo batismo,
recebemos esta vocação. Cristo nos envia em missão: “Ide pelo mundo inteiro e
pregai o meu Evangelho a toda criatura” (Mt 18-20). Ser missionário é iluminar
as realidades deste mundo com a Palavra de Deus e construir um mundo novo
segundo os valores da mensagem de Deus.
Estamos
diante de caminhos diferentes. Todos muito bons. Não há vocação melhor ou pior.
O importante é escutar a voz de Deus que lhe convida a escolher o caminho a
seguir. Tenha esta certeza: se Deus chama, também acompanha os passos de quem
Ele amorosamente chamou. Que possamos com toda a segurança e serenidade gritar
bem alto: “Eu vou seguir meu caminho, porque Deus me chamou”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário