sábado, 20 de fevereiro de 2016

Reflexão do Segundo Domingo da Quaresma

“... Purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória.”


A Liturgia do Domingo passado – primeiro da quaresma – nos apresentava o caminho que devemos fazer para a Páscoa em Jerusalém com Jesus.
A Liturgia de hoje – rica de significados – nos apresenta, de forma a Theofania, de maneira especial na Primeira Leitura e no Evangelho. Na Primeira Leitura e no Evangelho, Deus desce. Enquanto que na Segunda Leitura, a Igreja se esforça para permanecer firme no Senhor buscando sempre as coisas do Alto. O Céu.
Deus desceu para fazer uma aliança com Abrão. Uma aliança e uma promessa: a Terra. A promessa foi para os descendentes.
No Evangelho, temos a presença de Jesus, depois a sua descendência: Pedro, João e Tiago: a Comunidade; temos ainda a presença dos Profetas e da Lei e do próprio Deus. Isso se dá no monte e em oração. (Irmãos, aqui é o nosso monte! O seminário é o lugar da Theofania, da manifestação, da revelação de Deus! Essa revelação nos é dada de forma contínua. Seminário: monte e lugar de oração).
Do monte, Deus revela o caminho que Jesus tem que fazer: o sofrimento e a morte em Jerusalém. Os representantes da Lei e dos profetas falam do Êxodo de Jesus, um êxodo para a morte libertadora. O que é a Páscoa de Jesus senão o “grande acontecimento libertador para o novo testamento?
O que Jesus passou na transfiguração, nós também devemos passar. Não podemos dizer que seremos transfigurados somente no futuro, na nossa morte. A transfiguração acontece aqui, hoje. Tem que ser a transfiguração do coração: num desejo e num ato de conhecer e imitar a Cristo, de transformar-se em Cristo.
Bom, plagiando a pergunta de Padre Cantalamessa: “Quem é e como se apresenta o homem transformado em Cristo?
É aquele que vive do Evangelho! Que trabalha não pelo alimento que perece, mas pelo que dura a vida toda – que é o próprio Cristo. É aquele que tem uma única finalidade: fazer a vontade do Pai! É aquele que vive segundo o Espírito e não a mecanicidade. É aquele que dá a vida pelos irmãos, que à sua frente caminha a misericórdia. O cristão Cristo é aquele que não se preocupa com os elogios, com os aplausos, com os reconhecimentos, muito menos com o salário ou que Paróquia vai servir! Importa sim, para ele, a missão, o estar com o povo, carregar a ovelha cansada e ferida e no final do dia dizer: fizemos que devíamos fazer: somos apenas servos!

O Evangelho de hoje, nos apresenta este monte. Este lugar de oração. Em que Jesus se transfigura e vai em direção à cruz. O nosso Êxodo – morte – é para algum lugar: Jesus foi para Jerusalém. Vocês vão também cada um para a sua Jerusalém. Mas antes é necessário viver a experiência do conhecer – do imitar – e de viver a eucaristia constante na nossa alma. Amém!

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