segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A FÉ PRECEDE A MORAL

A FÉ PRECEDE A MORAL



Não é difícil perceber que vivemos em um período de apatia no que tange à catequese. Os nossos adolescentes e jovens sonham com o dia da crisma não pela recepção do sacramento que os confirma na fé, mas para se sentirem libertos de uma catequese frequentemente enfadonha, com pouca chama de Vida.
Somos tentados a procurar “bodes expiatórios”, sobre os quais possamos colocar a culpa de tal problema: os catequistas, que não têm a devida formação; os padres, que não se preocupam e sequer visitam as salas de catequese; o bispo, que só aparece no dia da crisma dando bronca em todo mundo... Todos esses problemas podem ser reais e precisam mesmo ser resolvidos com urgência.
Em algumas paróquias, procura-se fazer uma boa conscientização dos jovens acerca das suas responsabilidades pós-crimais; da importância de colaborar com a Igreja após o sacramento da maturidade, etc. Outras incentivam a prática de uma espécie de “estágio” em uma pastoral específica durante o curso crismal, para que os crismandos de adaptem ao compromisso que deverão assumir. Tudo isso é bom e necessário, porém não consegue conter a enorme evasão pós-crisma.
A mim parece que para além dos problemas que já foram citados, há um que frequentemente passa despercebido: apresentamos uma moral (muitas vezes muito rígida) em vez de uma pessoa: Jesus Cristo. Expomos um conjunto de deveres dos que serão crismados e esquecemos do anúncio essencial: encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Não quero dizer que a moral não seja importante, mas somente que ela deve ser um dos resultados do encontro com Jesus e não o objeto da nossa educação católica.
Neste ínterim, podemos concluir que enquanto não desenvolvermos uma catequese mais mística, que promova o encontro pessoal com Cristo, continuaremos fracassando. Se não apresentarmos a PESSOA de Jesus nas nossas catequeses, nunca conseguiremos que os nossos catequizandos tenham um encontro íntimo com o Deus e o seu “pater ’emon” (Pai nosso) não será uma expressão de relação estreita de um filho com o pai, mas simplesmente uma oração que eles são obrigados a decorar se quiserem receber os sacramentos.
Se queremos salvar a Igreja, comecemos salvando a catequese!


Rodrigo Santos de Oliveira

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